domingo, 1 de maio de 2011

Inter campeão da Taça Farroupilha

No duelo mais esperado entre Grêmio e Inter desde o Grenal do centenário, em 2009, deu Colorado. No duelo dos ídolos treinadores, deu Falcão, e com vantagem - ainda que o placar não expresse essa vantagem. Com o 1 a 1 no tempo normal e um 4 a 2 na decisão por pênaltis, o Inter provoca mais dois clássicos que definirão o Campeão Gaúcho de 2011.
Foi Grenal de várias alternativas táticas. Cada treinador usou três esquemas diferentes durante os noventa minutos, ambos surpreenderam nas escalações. Renato montou um 3-6-1 difícil de engolir e de jogar, pois seu time pouco jogou. O zagueiro Vilson voltou depois de meses sem jogar para ser o zagueiro do lado direito, Rafael Marques fez a sobra e Rodolfo o lado esquerdo. Nas alas, Gilson na esquerda e Gabriel na direita. No meio, o losango com Rochemback, Magrão, Adilson e Douglas. Na frente, Borges.
O Grêmio foi escalado para inicialmente marcar e depois contra-atacar. Renato tentou encaixar a marcação promovendo embates diretos entre os jogadores, já que o Inter de Falcão jogou no 4-2-3-1, sem Sobis e com Oscar na linha de três aberto na direita, D'Alessandro por dentro e Andrezinho fazendo ótima partida pela esquerda. No ataque, um Damião com fome de gol.
O clássico acabou sendo de muita marcação e poucas chances de gol. Grenal cheio de faltas, a maioria cometidas por um Grêmio desorientado, que via seus alas perderem no embate individual com os dois meias extremos do Inter, via D'Alessandro saindo do meio e fugindo da marcação, via Douglas vencido pela marcação de Guiñazu e Tinga.
O Inter controlou as ações do primeiro tempo. Abriu o placar em jogada iniciada por Andrezinho e finalizada por Damião. Sempre Damião! Ainda que seja discutível o lance. Teria o atacante colorado cometido a falta no zagueiro gremista, a chamada cama-de-gato? Discussão pra vida toda. Eu apitaria a falta. Contudo, nada a que possa se abraçar um Grêmio que não joga nada há muito tempo. Dentro do clássico, há ainda outros lances polêmicos na arbitragem de Márcio Chagas da Silva, como a acertada expulsão de Guiñazu, na metade do segundo tempo. Márcio Chagas sai com saldo positivo.
Ainda no primeiro tempo, Renato substituiu W.Magrão, mal no jogo, e pôs Leandro na frente. Vilson passou a ser meio-campista e o Grêmio voltou ao seu habitual 4-3-1-2. A coisa melhorou, agora Kléber tinha com o que se preocupar e Douglas tinha com quem jogar. Mesmo assim, pouco jogou o 10 tricolor. Quem jogou com desenvoltura foi Andrezinho, ganhando muitas jogadas de Vilson e Gabriel. André foi mais discreto quando passou à meia-direita, quando Falcão perdeu um jogador, tirou Oscar, pôs Wilson Matias e remontou o Inter num 4-4-1. Quem cresceu foi D'Alessandro, jogando agora pelo flanco esquerdo.
O Grêmio só foi o que deveria ser quando teve a vantagem numérica em campo. Renato armou um 4-3-3 com Viçosa, Borges e Leandro na frente. E só assim esse time parece conseguir jogar, no abafa, correndo atrás do prejuízo. Foi assim contra o Caxias, na decisão do primeiro turno. Foi assim nesse Grenal que decidiu o segundo turno. Viçosa marcou o gol de empate em jogada de escanteio, depois de uma blitz tricolor. De outra forma seria difícil de acontecer.
Durante o jogo, Falcão teve apenas um pecado, e para sorte do Inter, o treinador não foi punido pela bola. Nos últimos minutos, com o Grêmio controlando a bola mas ameaçando pouco, saiu Andrezinho para entrar o zagueiro Juan. O Inter foi demasiadamente para trás e chamou o Grêmio pro seu campo. Poderia ter dado zebra, mas não deu. A noite era colorada, prova disso foi o quase-golaço de Leandro Damião, já descontado fisicamente, batendo quatro defensores gremistas. Não fosse a belíssima intervenção de Marcelo Grohe, o Inter venceria no tempo normal.
Mais prova da noite colorada que os pênaltis? O Inter converteu as quatro cobranças que fez, enquanto o Grêmio desperdiçou duas de quatro. Renan, em tarde inspirada, fez boa partida e ainda catou o pênalti de Fernando. Borges, em fase crítica no Grêmio, cobrou a la Roberto Baggio.
No embate de equipes em momentos distintos, a que está na ascendente saiu vitoriosa. O Grêmio, que vê seu rendimento cair a cada jogo, saiu mais esfacelado do Beira-Rio. Não se tem nenhuma perspectiva de que time vai entrar o campo na quarta, no Chile, para tentar reverter o 1 a 2 do Olímpico e seguir na Libertadores. O Inter de Falcão vive estado de graça, tem tudo para vencer o Peñarol e ganha status de favorito nos dois próximos clássico decisivos, mesmo que o último jogo seja em campo rival.
Fora de campo, a palhaçada de dirigentes da dupla em plena festa colorada, é de se lamentar e não pode se repetir nos próximos domingo.

 

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