quinta-feira, 5 de maio de 2011

Dupla Grenal decepciona na Libertadores

Para Grêmio e Inter a Libertadores acabou na última quarta, dia 5 de maio, a noite trágica do futebol brasileiro na competição continental. Fluminense e Cruzeiro subiram no mesmo salto, usaram da mesma arrogância e foram eliminados cometetendo erros similares, técnicos e táticos, estratégicos e de planejamento. Prejudicados, ressalva-se, por uma curta pré-temporada e por um calendário inchado pelos estaduais. Tem tudo isso, mas também quando se é campeão, exemplo recente do Inter em 2010, se tem igual. Coisas do futebol.
A decepção que causa o Grêmio é um contexto inteiro, um 2011 não mais que razoável, de uma ou duas boas partidas, um turno de estadual conquistado, é verdade, mas de um time que não ganhou padrão e de poucos nomes que se afirmaram como titulares. Não é absurda a eliminação para a boa equipe do Universidad Católica. Decepção pela derrota no Olímpico? Pode ser. Mas longe de ser igual decepção a derrota no Chile, com um Grêmio esfacelado, sem meio time titular, com uma equipe fraca em campo.
Uma sucessão de erros, que começam pela diretoria do clube, responsável pelo grupo de jogadores, passam por Renato Portaluppi e culminam nos jogadores, que são os menos culpados nisso tudo, entretanto são eles que vão a campo e tentam executar aquilo que lhes é pedido fora dele. Fosse um time mais qualificado, com a mesma calma - incomum - que teve o Grêmio grande parte do jogo contra a Católica, no Chile, talvez tivessem melhor sorte (melhor futebol, com certeza) os tricolores. Para fechar a Libertadores gremista com chave de "ouro", o gol de cabeça de Mirosevic, da maneira que o Grêmio mais tomou gol em 2011.
O que aconteceu com Inter é pontual. A decepção está exatamente no jogo de volta, noite de 5 de maio, Beira-Rio tomado, mais especificamente aos 7 minutos do segundo tempo, quando o centroavante Oliveira fazia, de cabeça, o segundo gol do Peñarol e garantia a classificação dos uruguaios à fase de quartas de final da Libertadores.
Toda a bola, e toda a calma de controlar a bola, que o Inter teve no bom primeiro tempo que jogou e venceu por 1 a 0, faltou no segundo tempo em que o Colorado despertou com o placar já adverso, 2 a 1 para o Peñarol, e precisando marcar duas vezes para pensar em classificação. O Inter não pensou, começando por Falcão que, se pensou, pensou errado. Sacou Oscar e Andrezinho, desmontou o 4-2-3-1 e tentou um 4-3-3 com D'Alessandro na direita, Damião no centro e Ricardo Goulart na esqurda. Oscar não precisava sair, Sobis talvez precisasse entrar mais cedo, mas não no lugar de Nei, tirando assim o ótimo Bolatti do meio-campo e o jogando para a lateral.
Faltou começar o segundo tempo mais ligado, como começou Oscar, fazendo gol no primeiro minuto de jogo, não como o Inter que tomou o empate aos 30 segundos de segunda etapa e a virada aos 7. Jogo jogado não era, mas o bom resultado de 1 a 1 em Montevidéu dava muita confiança aos colorados. Pelo time e pela história recente, confiança justificada. Pela camisa e pelo sangue uruguaio, confiança venenosa.
Falcão está começando o trabalho, assumiu o cargo num momento decisivo do semestre e é natural que eventualidade aconteçam. Mas a direção já pode pensar que alguns jogadores podem estar encerrando sua participação no Inter. Dá para trazer algumas peças. E dá para agradecer os serviços prestados ao clube, e liberar alguns profissionais a darem prosseguimento na carreira.
O Grêmio pode reunir todo mundo, sentar numa sala de reuniões e pensar o resto do ano do clube. Chegar a um acordo se Renato quer realmente ficar, dispensar alguns jogadores abaixo da média e, trazer cinco ou seis reforços. Só assim o Grêmio pode sonhar com Libertadores 2012.

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