quarta-feira, 27 de abril de 2011

Grêmio frustra no Olímpico

A derrota gremista por 2 a 1 para o Universidad Católica no Olímpico, nesse primeiro jogo das oitavas de final da Libertadores passa por dois fatores em comum, que não são determinantes, mas são significativos. Um desses fatores foi a expulsão do bom zagueiro Rodolfo, no último jogo da fase de grupos contra o Oriente Petrollero, partida que estava definida em 3 a 0 para o adversário quando o zagueiro gremista praticou uma falta violentíssima com o único propósito da agressão. Rodolfo não pôde jogar e foi desfalque sentido na derrota para os chilenos. Outro fator inevitável é a expulsão de Borges, que desferiu uma cotovelada no zagueiro do Católica aos 34 minutos de um jogo difícil, em que o Grêmio já perdia de 1 a 0.
O Grêmio já estava sendo derrotado quando da expulsão de Borges, por isso não dá para contar como determinante a sua saída de campo. Entretanto, o estado anímico de um time e de uma torcida que lota o estádio e se vê em tal situação de desvantagem num jogo decisivo fica completamente prejudicado, e foi o que aconteceu com o Grêmio. O desfalque de Borges e a desvantagem numérica tirou do Tricolor capacidade de poder de reação.
Soma-se a esses dois fatores já citados outros dois, talvez mais determinantes e pesados na conta final da derrota. 1°) O Universidad Católica é uma boa equipe de futebol, teve a 6° melhor campanha da primeira fase da Liberadores, líder no grupo, está invicta em jogos fora de casa e ainda por cima lidera o campeonato chileno. Não é qualquer equipe a que enfrentou o Grêmio no Olímpico. A Universidad Católica apresentou variação tática interessante, indo do 4-4-2 ao 3-4-2-1 conforme as circunstâncias do jogo. (Não vi o jogo, mas confio na análise do meu guru Eduardo Cecconi). O centroavante Pratto, autor dos dois gols, é um jovem muito bom jogador, vice-artilheiro da competição, com seis gols.
2°) O Grêmio de 2011 é um time deficiente que, quando exigido, na maioria das vezes acusa o golpe. O padrão de jogo no 4-3-1-2 do ano passado ficou no ano passado. Raras as vezes nessa temporada o Grêmio repetiu a mecânica de jogo eficiente que o trouxe até a Libertadores. Contra o Universidad Católica tomou mais um gol de bola área, o que se tornou corriqueiro nesse time, noutro gol foi pego desprotegido e fora do lugar, outro fato que tem se repetido.
O golaço do Douglas foi incrível, merecia estar num contexto mais adequado. Ainda sim é um sopro de esperança para um time que sabe ser guerreiro e sabe jogar mais futebol quando estica a corda. E não dá pra descartar um bom resultado lá no Chile, dá pra achar improvável, nunca impossível. Vai que não só Douglas esteja inspirado e o Grêmio possa contar com um Gabriel mais eficiente, um W. Magrão mais ousado e um Lenadro mais solto, relaxado, menos nervoso - o que, aliás, é natural para um jovem de 17 anos, que é bom jogador, mas não é craque, e o Renato sabe que não é e assume o risco de usar o garoto como uma das peças essenciais do time.
O Grenal do domingo pode ser importante, uma vitória dá outro ânimo, seria fundamental para tentar reverter esse placar de 2 a 1 no Chile, sem dúvida. E esse time do Grêmio, ao que parece, pode se dar muito melhor no ânimo do que na bola, a não ser que de hoje pra Domingo Renato Portaluppi faça o Grêmio encaixar e jogar redondinho.
 

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