Por onde começar um texto sobre um jogão de bola como foi Grêmio e Caxias? Jogo que teve de tudo. Teve campeão de muitos erros e defeitos. Teve um perdedor de se aplaudir em pé, com garra e futebol de vencedor. Teve quatro gols com a bola andando - ainda que andasse menos que deveria no segundo tempo. Teve os oito minutos de acréscimos no final, para compensar o jogo que, em certos momentos, foi mais brigado e encenado que jogado. Teve a decisão por pênaltis, que sempre reserva boas emoções ao torcedor e quase sempre daí sai o herói da noite. No confronto Victor x Sangalli na hora das cobranças, brilhou a estrela do tricolor, duas vezes.
Uma das armas de um time tecnicamente em desvantagem, tem que ser a surpresa. Também é fundamental a obediência tática. Foi justamente o que teve o Caxias do técnico Lisca no início da decisão da Taça Piratini, dentro do Olímpico. O Caxias surpreendeu atacando um Grêmio que não esperava se defender logo de cara, um Grêmio formatado à atacar. Com a bola, 4-4-2 com meio-campo em losango, time leve, ligeiro, com facilidade de entrar jogando pelos flancos. Sem a bola, um Caxias posicionado num 4-1-4-1, esquema que protege bem a linha defensiva e dá rápidas alternativas de contra-ataques. O calor foi tanto que, antes dos 10 minutos de jogo, Renato mandou os reservas do Grêmio aquecerem.


Nos pênaltis, consagração gremista: duas cobranças defendidas, quatro convertidas, volta olímpica e um título que ganha proporções maiores pelo jeito que foi conquistado, não pelo peso histórico. O título TÍTULO que o grupo de jogadores e a comissão técnica tanto fala, não pode ser esse. Título mesmo é ganhar o Gauchão completo e/ou Libertadores.
Dá para comemorar, sim. Mas dá para pôr muitos questionamentos ao Grêmio 2011. Deve melhorar, ora, se almeja algo maior que a Taça Piratini. Com todo respeito ao Caxias, que é bom time, fez um partidão, esticou a corda ao máximo, valorizou a vitória gremista, mas é um clube que disputa a terceira divisão do Campeonato Brasileiro, não pode ser obstáculo tão duro na vida de quem quer ser campeão da América.
Mas a história contada e escrita é outra. O Caxias foi o obstáculo que o técnico Lisca prometeu às vésperas do confronto. Por detalhe não saiu vitorioso. Não seria injustiça. E há justiça no futebol?
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