quinta-feira, 10 de março de 2011

Grêmio vence a Taça Piratini

Por onde começar um texto sobre um jogão de bola como foi Grêmio e Caxias? Jogo que teve de tudo. Teve campeão de muitos erros e defeitos. Teve um perdedor de se aplaudir em pé, com garra e futebol de vencedor. Teve quatro gols com a bola andando - ainda que andasse menos que deveria no segundo tempo. Teve os oito minutos de acréscimos no final, para compensar o jogo que, em certos momentos, foi mais brigado e encenado que jogado. Teve a decisão por pênaltis, que sempre reserva boas emoções ao torcedor e quase sempre daí sai o herói da noite. No confronto Victor x Sangalli na hora das cobranças, brilhou a estrela do tricolor, duas vezes.
Uma das armas de um time tecnicamente em desvantagem, tem que ser a surpresa. Também é fundamental a obediência tática. Foi justamente o que teve o Caxias do técnico Lisca no início da decisão da Taça Piratini, dentro do Olímpico. O Caxias surpreendeu atacando um Grêmio que não esperava se defender logo de cara, um Grêmio formatado à atacar. Com a bola, 4-4-2 com meio-campo em losango, time leve, ligeiro, com facilidade de entrar jogando pelos flancos. Sem a bola, um Caxias posicionado num 4-1-4-1, esquema que protege bem a linha defensiva e dá rápidas alternativas de contra-ataques. O calor foi tanto que, antes dos 10 minutos de jogo, Renato mandou os reservas do Grêmio aquecerem.
Aos 26, já perdendo de 1 a 0, depois da bela cobrança de falta do garoto Itaqui (19min), o técnico do Grêmio desistiu mais uma vez do seu quadrado no meio-campo, dessa vez formado por Rochemback, Willian Magrão, C.Alberto e Douglas. Não deu liga nem mecânica ao time. Como virou praxe no Olímpico, saiu C.Alberto e entrou Bruno Collaço para fazer as vezes de Lúcio, no lado esquerdo do agora losângo gremista no meio-campo. Lúcio estava no banco, há de se ressaltar, mas até aquele momento ainda era preservado, entrou no desespero gremista do segundo tempo e foi bem, parece estar curado da lesão.
Se por um lado o Grêmio não iniciou bem, o Caxias iniciou ótimo! Fez um baita primeiro tempo, dentro do campo do Grêmio, tocando a bola com autoridade, com o atacante Éverton (ex-Grêmio e Inter, como muitos nesse Caxias) em noite iluminada. O segundo gol do Caxias saiu no momento em que o tricolor começava a se encontrar no jogo, aos 39min e com ajudinha do Victor. Pareceu um golpe fatal. Mas não para Willian Magrão, que não marcou lá atrás o quanto deveria, é verdade, mas marcou lá na frente, aos 43, gol que reacendeu a chama do Imortal Tricolor no jogo.

Aliás, se não foi a grande partida dos defensores do Grêmio em suas funções, acabaram compensando com gols. Pois, no finzinho de um segundo tempo quase unilateral, que quase só deu Grêmio jogando, errando gol e Sangalli defendendo, deu também pros dois zagueiros do Tricolor virarem atacantes e aí sobrar uma bola para o Rafael Marques empatar um dramático jogo aos 50 minutos da segunda etapa e levar tudo para os pênatils.

Nos pênaltis, consagração gremista: duas cobranças defendidas, quatro convertidas, volta olímpica e um título que ganha proporções maiores pelo jeito que foi conquistado, não pelo peso histórico. O título TÍTULO que o grupo de jogadores e a comissão técnica tanto fala, não pode ser esse. Título mesmo é ganhar o Gauchão completo e/ou Libertadores.

Dá para comemorar, sim. Mas dá para pôr muitos questionamentos ao Grêmio 2011. Deve melhorar, ora, se almeja algo maior que a Taça Piratini. Com todo respeito ao Caxias, que é bom time, fez um partidão, esticou a corda ao máximo, valorizou a vitória gremista, mas é um clube que disputa a terceira divisão do Campeonato Brasileiro, não pode ser obstáculo tão duro na vida de quem quer ser campeão da América.
Mas a história contada e escrita é outra. O Caxias foi o obstáculo que o técnico Lisca prometeu às vésperas do confronto. Por detalhe não saiu vitorioso. Não seria injustiça. E há justiça no futebol?

  

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