Minhas mães e meu pai
Esse filme faço questão de falar onde assisti. Foi em uma das três salas da Casa de Cultura Mário Quintana, uma salinha pequena, querida, onde se escuta o barulho do projetor. O preço é bom e os filmes que lá passam às vezes até já saíram de cartaz dos principais cinemas de Porto Alegre. Minhas mães e meu pai só tem lá, deve ficar pelo menos até o fim dessa semana. É legal, antes de passar lá, acessar o site da Casa de Cultura Mário Quintana e conferir a agenda.
Vamos ao filme. Faz uma comédia gostosinha a cineasta Lisa Cholodenko escrevendo e dirigindo Minhas mães e meu pai. Homossexual assumida, Cholodenko transita com facilidade, naturalidade e leveza pelo universo que trás Minhas mães..., um universo que cada vez mais (ainda bem!) vai deixando de ser um universo estranho para ser um universo de todos.
O título, embora não seja dos melhores, diz tudo e quase que dispensa a sinopse. Jules (Julianne Moore) e Nic (Annette Bening) são duas mulheres que beiram seus 50 anos, casadas há 20 (ou mais) e com dois filhos adolescentes. A menina Joni, de 18 anos, e o Laser, de 15 anos, são frutos de inseminação artificial, cada um nasceu de uma das mães, que usaram o sêmen do mesmo doador.
O conflito que leva o filme adiante começa quando os dois filhos do casal resolvem conhecer o pai. As mãe, que até então mantinham em ordem uma típica família de classe média americana, vêem a coisa começar a degringolar com a chagada de um estranho, porém pai.
Nas mãos de outro diretor, com certeza seria um drama mais pesado, tratando com crueza da questão da união cívil gay, da questão da inseminação artificial, a questão do preconceito, o contato com as drogas. Mas, fundamentalmente, Minhas mães e meu pai fala de crescimento. Joni e Laser estão crescendo, têm dúvidas, uma rebeldia natural e a vontade de conhecer o pai. Do outro lado, Jules e Nic se deparam com seu casamento em crise tentando lidar com a situação nova. O pai, o solteirão e quarentão Paul (Mark Ruffalo), acaba seduzido pela ideia de ter uma família e se joga.
O elenco é um grande chamativo para Minhas mães..., a dobradinha de Julianne Moore e Annette Bening deu muito certo. As duas estão muito charmosas e, o melhor, muito críveis em seus papéis. E o que falar de Mark Ruffalo? Talvez a maioria das pessoas não tenham nada a dizer. É um ator que gosto muito, acho de uma simpatia tremenda que, vá lá, nem é um grande ator, mas sempre faz com muito gosto seus trabalhos. A filmografia de Ruffalo é um eletrocardiograma, tem muito coisa boa, legal, mas também tem bastante abacaxi. Mesmo assim, tendo o cara, a chance de eu gostar do filme é eminente.
Minhas mães e meu pai tem um clima legal, um bacana Mark Ruffalo, tem duas lésbicas quarentonas charmosas (atenção homens!), dois adolescentes descobrindo o mundo e se descobrindo, tem um humor bem legal, tem um drama que não é pesado. Tem ares de bom filme! Tem ares de novidade, de família 2.0 que dá muito certo e muito errado como qualquer família.
Classificação PoA Geral
- Obra
- Baita Filme
X Bom Filme
- Bem Bacana
- Legal
- Meia-boca
- Ruim
- Péssimo
- Inclassificável
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