sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O caso R10

Ronaldinho desde o início queria jogar no Flamengo. O namoro com o Grêmio aconteceu por uma ocasião de mercado, de Assis querer botar seu atleta e irmão para jogar novamente e ir até o Olímpico abrir negociação. Da negociação com o Grêmio, ele sabia, para surgir outros interessados seria um pulo. Aí abriu-se o leilão. A informação que eu tenho é de que nesse bolo todo, quem ofereceu mais foi o Galaxy, time dos EUA: 60 milhões de reais ao Ronaldinho e 20 para o Milan. Assis e Ronaldinho bateram o pé e recusaram, mesmo sob pressão do Milan, o projeto era fazer o Gaúcho jogar no Brasil até a Copa do Mundo de 2014.

As propostas de Grêmio, Flamengo e Palmeiras eram muito parecidas. Em termo de valores, O tricolor e o rubro negro apresentaram praticamente as mesmas cifras. A diferença é que Assis cozinhou Grêmio e Palmeiras em banho maria, dizendo para ambos que estava tudo acertado, que Ronaldinho já era do Palmeiras, já era do Grêmio e que a multa reivindicada pelo time italiano, algo em torno de 10 milhões de reais, era com ele, Assis resolveria. Enquanto isso o Flamengo montava seu projeto, reunia o dinheiro, cercava-se de parceiros. O time carioca chegou com tudo pronto para o Milan, pagou o valor na bucha. Palmeiras e Grêmio cometeram o equívoco de não tratar com os italianos nenhuma vez, deixando essa tarefa à cargo de Assis.

Se Ronaldinho quisesse realmente voltar ao Grêmio e defender as cores e o clube que lhe deu tudo quando não tinha absolutamete nada, Ronaldinho voltaria. Era simples, a proposta do Grêmio era boa, consistente, tão quanto a flamenguista. A multa que era para ser paga ao Milan, estava "acertado", Assis bancaria e depois receberia essa quantia em parcelas, durante os quatro anos de contrato com o clube gaúcho. Esse contrato foi brindado dia 19 de dezembro, na casa do dirigente gremista Vantobel, em jantar entre cúpula tricolor e Assis. Palavra do presidente Odone, que em nenhum momento foi desmentida pelo empresário.

O brindado contrato entre Grêmio e Ronaldinho foi redigido e modificado sete vezes, sempre atendendo aos interesses da parte do atleta. O Grêmio foi paciente até o dia 7 de janeiro, quando o Flamengo cresceu na parada e Assis entrou novamente em contato com Odone requisitando mais mudanças no contrato, inclusive falando que agora o Grêmio teria de negociar com o Milan. No sábado, 8 de janeiro, os dirigentes gremistas anunciaram em entrevista coletiva que o Grêmio estava fora do negócio.


Como gremista apaixonado que sou, falo e afirmo: eu queria ver Ronaldo de Assis Moreira, um dos três maiores da década, um dos grandes de todos os tempo, o maior do RS, voltando a vestir a camisa do Grêmio. Era esse o momento de dar fim às mágoas do passado, não de aumentá-las em proporções estratosféricas.

Agora deleitem-se colorados: fica para o gremista e para o Grêmio um sentimento de dor-de-cotovelo. Obviamente. Era a oportunidade de retomar para nós um ídolo do futebol mundial que, por direito, era para ser um ídolo nosso, daqueles de calçada da fama, trapo no estádio e títulos e serviço prestado. Ronaldinho nunca chegou a tanto pelo Grêmio, poderia chegar agora.

Mas a vontade do jogador era de estar no Rio de Janeiro, de jogar no Mengão e treinar um turno. Seu gremismo fica exclusivamente na palavra, não se reflete nas atitudes. E quem leva a sério a palavra de Assis e Ronaldinho?

Usando o exagerado exemplo do Rei Pelé, que disse: "Se ele é gremista e quer jogar no Grêmio, tem que jogar de graça. Eu joguei um ano de graça no Santos".

O pior de tudo é que o Grêmio se perdeu na poeira nisso tudo. Renato já tinha um time pronto, mas devido à falta de atenção da direção, que só pensou em Ronaldo, o Fábio Santos foi embora e o Grêmio ficou sem lat. esquerdo, os contratos de Gabriel e Rochemback expiram nos próximos meses e precisam ser renegociados, Jonas tem propostas do exterior e pode assinar pré-contrato com qualquer clube já em junho.

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