quarta-feira, 30 de junho de 2010

Banalização do bullyng

Muito tem se falado no bullyng, muito. E isso é bom, pois o bullyng é algo que me preocupa, e deve preocupar a todos, e me incomoda profundamente, e deve incomodar a todos. 

Mas essa grande exposição do problema bullyng tem seu preço: a banalização do termo. Tudo vira bullyng. Tudo vira agressão. Tudo vira humilhação. Não é por aí, a prática do bullyng tem características bem definidas. Não é qualquer apelido ou piadinha de mal gosto que é bullyng, e noto que muitas pessoas têm confundido as coisas.

Aquela história do politicamente correto, que é horrível e tinha dado uma sumida, voltou com tudo. O politicamente correto é chato, é ranzinza, é quase um atestado de falta do senso de humor. O bullyng não é só chato como é criminoso, humilhante, e um atestado de humor burro e desnecessário.

O bullyng se caracteriza por ter uma considerável diferença de poder entre o agressor e o agredido, sendo agressão física ou psicológica. O comportamento é repetitivo, vira cotidiano, e parte de uma figura que geralmente é aquele valentão da turma, ajudado por um ou dois e assistido por uma platéia passiva, que não interfere na ação.

A banalização do termo traz junto comentários do tipo "Ah, isso tinha no meu tempo e não dava nada, hoje tem muita frescura", "No meu tempo isso se resolvia na porrada, não tinha essa de psicólogo". Claro, isso tinha no tempo deles. E não dava nada? Dava, o bullyng é o mesmo, mas agora tem nome. E quando se resolve na porrada, foge ao conceito de desequilíbrio de poder, pois a vítima de bullyng não tem capacidade física ou psicológica de reagir.

Olha porque incomoda tanto:

2 comentários:

  1. Acho o depoimento dessa mãe muito chocante.

    Imaginar as cenas me causam muito transtorno.

    Incomoda e acho quase que obrigação se sentir incomodado.

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  2. Olha, o vídeo trata a temática de uma maneira bem objetiva. Fiquei chocado.

    Realmente, é um problema que nos dias de hoje passou a ter um nome, simplesmente. Também fui vítima desta problemática quando criança - mas não tanto quanto a menina do vídeo...

    Vamos abrir os nossos olhos. Denúncias são válidas. Não podemos nos acomodar e ficar acomodados com a situação.

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