Agora é Copa. Oremos

O futebol que a Seleção apresentou no confronto com a Venezuela foi extremamente burocrático e, aparentemente, descomprometido. O jogo foi chato, jogado a sangue-doce. A Venezuela não tinha mais nada pra fazer na competição, e o único objetivo do Brasil era garantir a primeira colocação que, agora com o empate, pode ser ameaçada pelo Paraguai, que pode alcançar os 36 pontos se ganhar em casa da Colômbia ficando 2 pontos à frente da Seleção.

O Brasil não funcionou táticamente, e teve fracas atuações individuais. Kaká ficou sozinho na articulação, não brilhou mas mostrou muito empenho. Maicon, pela direita, foi o  maior destaque da equipe, o lateral manteve sua regularidade. As duas linhas de quatro da Venezuela funcionaram bem defensivamente, permitindo ao Brasil apenas chegar ao gol de Vegas por bola levantada na área.

Apesar dos bons resultados alcançados pelo time comandado por Dunga ao longo de sua passagem pela Seleção, o Brasil tem como principal alternativa de jogada o contra-ataque, e sempre teve dificuldades contra times mais fechados. É algo que o treinador precisa trabalhar. Aliás, é algo que já deveria estar acertado, pois, para o Brasil, é pouco resumir sua mecânica de jogo a escapadas no contra-ataque.

Impressionante como o futebol nos cria expectativas e fantasias. Todos esperavam um jogo festivo da Seleção, goleada e bom futebol, mas até quem disputava vaga na Copa, como Lucas e Filipe, jogou em ritmo de treino. Entretanto, fantasia criou-se em torno de Argentina e Uruguai, duas equipes que fizeram uma eliminatória horrível. Jogo de vida ou morte, dois times jogando a valer. Não foi o que aconteceu, viu-se um jogo ruim, com um gol no finalzinho quando as duas Seleções já estavam garantidas na Copa (pelo menos na repescagem) com a vitória do Chile sobre o Equador. Ou seja, o jogão não aconteceu, e os dois desesperados foram classificados pelos chilenos em jogo paralelo.