sexta-feira, 3 de julho de 2009

Constatação óbvia


Não se pode falar nada mais óbvio sobre futebol: só vence quem faz mais gols. O Grêmio é uma equipe que encontra extremas dificuldades de marcar gols, não é uma equipe efetiva, e sendo assim, conquistar uma vitória é missão complicada, quiçá uma Copa Libertadores.

O Cruzeiro foi superior, nos dois confrontos. De futebol rápido e objetivo, a equipe mineira fez 5 contra 3 gols na soma dos resulatados. O 4-4-2 de Autuori mais uma vez não foi vitorioso, enquanto Adilson Baptista se afirma definitivamente no cenário dos bons técnicos brasileiros.

Ao iniciar a segunda partida da semifinal, o Grêmio precisava de dois gols, mas um gol sequer do Cruzeiro poderia derrubar definitivamente o Tricolor. A equipe mineira abriu 2 a 0, justamente o resultado pelo qual o Grêmio trabalhava.

Empenho não faltou ao time de Autuori, nem comprometimento, nem aplicação tática - enquanto foi necessário ter uma. Os primeiros 30 minutos de jogo só não foram arrasadores por parte do Grêmio porque o gol não aconteceu, o Tricolor adiantou sua marcação, dificultou a saída de bola cruzeirense, e pecou no excesso de lançamentos. Apesar de Tcheco e Souza se movimentarem de forma interessante, as jogadas não eram articuladas de maneira satisfatória, muito disso por afobação.

Mesmo empatando o jogo em zero a zero, até então o momento psicológico era todo gremista. Isso até Kléber reter a bola no setor direito de ataque e conduzir a bola por metros e mais metros área a dentro. Era a jogada do primeiro gol de Wellington Paulista, que faria o segundo minutos depois. O cronometro ainda não marcava 40 minutos de jogo, e o Cruzeiro trazia pro seu lado a condição psicológica favorável. A partir daí começou a jogar seu futebol, invertendo o jogo de lateral a lateral, dificultando a marcação gremista.

Na volta do intervalo a situação era a seguinte: o Cruzeiro com o controle do jogo, com vantagem de dois gols no placar enquanto o Grêmio tinha 45 minutos para fazer 5 gols. Diante a uma torcida incrível, os jogadores gremistas se comprometeram a jogar como se o zero a zero ainda ilustrasse o placar eletrônico do Olímpico.

O Grêmio buscou o empate, mesmo em desvantagem numérica grande parte do segundo tempo. Foi a partir da expulsão do volante de Adilson que a tática do time de Autuori se desmanchou. Mesmo desarrumado, mas sem nunca deixar de buscar o resultado, o Grêmio alcançou o gol de empate. O jogadores correram por todos os cantos do campo tentando marcar e contra-atacar.

A verdade é que o Cruzeiro fez uma partida extremamente tranquila, não teve sua classificação ameaçada em nenhum momento. Manteve uma postura tática bem compactada, quase não se expôs e quando teve de fazer, atacou com competência.

Ao Grêmio, faltou as mesmas coisas que vêem faltando na temporada 2009. Também sentiu-se a falta de um lateral direito mais participativo ofensivamente, papel que poderia ser executado por Jadilson, em manobra de improvisação, assim como sentiu-se falta de ousadia da parte de Paulo Autuori na hora de mexer na sua equipe.

No final das contas, o Brasil fica bem representado pelo Cruzeiro, que carrega o fardo do favoritismo desde o começo da Copa Libertadores. O Grêmio, que precisava jogar um futebol que ainda não apresentara nesse ano para que vencesse, mais uma vez não fez os gols que precisava.

Nesta noite de Quarta decisiva no Olímpico, ficamos com o óbvio do futebol.

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