domingo, 21 de junho de 2009

Sobre polêmicas e diplomas

O STF derrubou a obrigatoriedade do diploma de jornalista para que se possa exercer a profissão. Polêmica! E o mais importante e interessante: bons argumento de ambas as partes, tanto que quem defende o diploma, quanto os que o abominam. Demorei pra descer do muro, e chegar a uma opinião sobre o assunto.

Pretendo cursar jornalismo, me formar e ter meu diploma em mãos. Entretanto, considero a decisão do STF uma luz no fim do túnel.

Agora o Brasil aproxima-se de países como Alemanha, Áustria, Austrália, Chile, Dinamarca, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Itália, Japão, Reino Unido, Suécia, Suíça e muitos outros países em o diploma não é item obrigatório no currículo de um jornalista.

Enquanto isso, nosso país deixa o grupo de países que exigem diploma, alguns como: Arábia Saudita, Colômbia, Congo, Costa do Marfim, Equador, Honduras, Síria e Tunísia.

O fato é que alguns cursos superiores vão deixar de existir. Mas, como em muitos outros países, os que permanecerem só poderão manter-se no mercado depois de mudanças consideráveis. Essa é a tendência.

Palavras do jornalista Luiz Garcia, em seu artigo Tiro na pata:

Uma conseqüência inevitável do fim do diploma de jornalista obrigatório seria uma enxugada vigorosa na quantidade de faculdades privadas de jornalismo. A exigência do diploma específico fez surgir no Brasil uma quantidade de cursos fáceis para quem pode pagar, que jogam anualmente no mercado uma quantidade de profissionais com mínimas possibilidades de emprego. Claro, há instituições de alto nível, como a nossa [Pontifícia] Universidade Católica. Mas não faltam arapucas, que só prosperam graças à exigência do diploma em comunicação.

O professor de jornalismo da Universidade da Carolina do Norte e escritor Philip Meyer também fala sobre o assunto:

O primeiro problema para o jornalismo de precisão no Brasil será superar um sistema muito rígido que é feito para resistir à inovação. A maior barreira que vejo, de minha perspectiva norte-americana, é a lei que exige que os jornalistas sejam formados em escolas de jornalismo. Essa lei dá às escolas um mercado garantido e as priva do incentivo de fazer melhor as coisas. Sem a lei, as escolas teriam que visivelmente adicionar valor às habilidades existentes de seus estudantes para que pudessem sobreviver. Uma escola profissional deve ser a fonte da inovação e do desenvolvimento para a profissão a que serve. Mas, com um mercado cativo, não há necessidade de que ela faça nada além de assinar certificados de conclusão."

Fala-se numa possível queda de qualidade dos profissionais a partir de então contratados. Sinceramente, não acredito que as empresas passarão a contratar semianalfabetos do dia pra noite, levando em conta a forte concorrência no mercado. Leitores de um jornal, por exemplo, notam quando seu veículo preferido sofre uma queda de qualidade. Esse veículo correria o risco de perder leitores priorizando contratar profissionais desqualificados? Acredito que não.

O problema da desvalorização da mão-de-obra, vai muito mais da mobilização da classe do que a exigência ou não do diploma. A ética dentro da profissão, tão exaltada dentro dos argumentos a favor do diploma, convenhamos, não se aprende em 4 anos de faculdade. Isso vai da índole de cada um.

Numa seleção de novos profissionais, com certeza que é formado ainda sai na frente. E pouca coisa vai mudar, principalmente nos próximos anos. O que mudar, creio que seja pra melhor.

Frase do Editorial do jornal Folha de São Paulo do dia 1° de Abril de 2009:

"A obrigatoriedade do diploma afronta a liberdade de expressão, diminui a oferta de informação de qualidade e se reveste de anacronismo na era da internet, quando todos têm a oportunidade de apurar e publicar notícias."

5 comentários:

  1. Pois é...essa polêmica ainda vai dar muito o que falar. Aqui na rádio uns defendem, outros atacam. Particularmente acho que o mercado vai seguir selecionando naturalmente. Hoje temos muitos profissionais com diploma e tudo extremamente mau preparads e, pra piorar, o Português está cada vez mais pobre.
    Que vençam os melhores e que a gente tenha acesso ao melhor jornalismo. Fico impressionada com as notícias vagas que são publicadas nos jornais e até exibidas na tv. Tem coisas que tem uma chamada interessante, mas simplesmente não tem continuidade, daí tu fica meio perdido nas matérias e quando vê já até mudaram de assunto.
    Se é pra mudar, pelo menos espero que melhore.
    Abraço pra ti.

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  2. bah, acho que os bons sempre sobrevivem, olha nós publicitários, é a lei do mais forte

    bjoks

    tereSafur

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  3. Sou a favor da livre concorrência!Tipo "que vença o melhor" e essas coisas.
    Diploma nunca foi sinônimo de qualidade,profissionalismo e blá-blá-blá...

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