terça-feira, 9 de junho de 2009

O ano azul

Já está em cartaz o documentário do cineasta Carlos Gerbase, 1983 - O ano Azul. O filme passa exclusivamente nos cinemas GNC do Shopping Iguatemi, na capital gaúcha. Como não poderia deixar de ser, fui assistir. Empolgado! Entusiasmado!

O filme é feito por gremistas, para gremistas. O cinema não tinha sessão lotada, mas era um bom público. Público que, aliás, vibrava a cada gol e a cada bola defendida por Mazaropi. Aplausos no final.

O documentário tem lá seus pecados, como a pouca ênfanse dada à Libertadores, direcionando o filme quase que exclusivamente ao jogo do dia 11 de dezembro de 83, em que Grêmio e Hamburgo da Alemanha disputaram o título de Campeão do Mundo.

Gerbase ouviu o lado cineasta de seu coração, e fez um documentário bem interessante do ponto de vista jornalístico, contando fatos e clima de bastidores com boas entrevistas e manchetes de jornais da época. O filme tem poucos picos de emoção para o torcedor, não passa o gremismo doentio que passa o roteiro de Eduardo Bueno, no filme que conta a história da Batalha do Aflitos. Mas com certeza dá para encher os olhos d'agua em alguns momentos.

Gostei do que vi. A história é bem contada e bem explorada.

Uma maravilha é o compacto com os melhores momentos da partida, que rola durante o andamento do filme. O áudio é da transmissão feita pela rádio Guaíba, com uma equipe de proficionais clássicos da crônica gaúcha: Ransolin narrando, Lauro Quadros comentando e Jão Carlos Belmonte fazendo as reportagens de campo.

O Grêmio tinha um time muito técnico, e de muita força física. O que jogou Mário Sérgio foi um absurdo, com aquela classe habitual, distribuiu o jogo com maestria. Na época com 33 anos, segundo seu depoimento, não sentiu nervosismo nenhum, só raiva e vontade de ganhar.

Na frente tinha Renato. O ídolo bad boy, bonitão e mulherengo. Renato era um jogador atrevido, ponta direta agressivo, driblador e goleador. Era a própria figura do heroi, não tinha medo de cara feia, chamava a responsabilidade pra si. Foi o jogador mais importante do ano mais importante da história do Grêmio. Dá gosto de ver ele aterrorizando o pobre lateral alemão, que, provavelmente, saiu aleijado daquele jogo.

Vestiam a camisa tricolor o zagueirão Baidek e o volantão China. Estes sim, quebradores de bola, destoavam da capacidade técnica do restante da equipe, mas eram gigantes dentro de campo, combatiam com veracidade.

O filme conta a histórias de dois títulos maravilhosos, conquistados por um time fabuloso. 1983 - O Ano Azul é um documento sobre a história do clube pra qualquer gremista assistir e se orgulhar. 

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