segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Filme de Segunda 167

Boa Sorte


Carolina Jabor viu no conto de Jorge Furtado, Frontal com Fanta, a oportunidade de dirigir seu primeiro longa de ficção. Coube ao próprio Furtado, junto com seu filho Pedro Furtado, a adaptação do roteiro. Filha do jornalista e cineasta Arnaldo Jabor, diretora do documentário O Mistério do Samba (2008), não dá pra dizer que Carolina tem uma estreia ruim na ficção. Contudo, Boa Sorte não chega a ser nada fora do comum.

O filme é uma jornada de autodescoberta, que se passa dentro de uma clínica de reabilitação. João, de 17 anos, é viciado no calmante em que a mãe toma diariamente. Seus pais decidem interná-lo. Na clínica ele conhece Judite (Deborah Secco), uma mulher mais velha, atraente, soropositivo e com um vasto currículo de drogas lícitas e ilícitas.


Boa Sorte abre discussões pertinentes, como a postura dos pais diante os problemas dos filhos, os próprios pais como válvula causadora de tudo, a linha tênue entre as drogas lícitas e as ilícitas, a venda de remédio sem prescrição médica e o tipo de tratamento que é oferecido. Porém, o longa de Carolina Jabor acaba focando demasiadamente no romance entre João e Judite. Não que não fosse importante para a narrativa, mas assim ela deixou escanteado outros aspectos que poderiam enriquecer a obra.

Se por um lado os realizadores acertaram na direção de arte, com cenas que se passam a maior parte do tempo dentro da clínica, misturando uma natureza esverdada e de pouco vida com o aspecto bucólico de um casarão velho, Boa Sorte entrega para o espectador, no final, uma indecisão conceitual. Deixa tudo nas entrelinhas ou explica didaticamente o desfecho?

Mesmo com a primeira opção já tendo sido alcançada, a cineasta parte para as explicações. Uma satisfação que não precisava, tampouco para justificar o nome do filme, que é o que acontece. No pacote básico dos 90 minutos que é Boa Sorte, mais proveitoso seria ter trabalhado com mais cuidado os personagens periféricos e entregado uma obra de maior peso e atitude, que valorizaria ainda mais o trabalho corretíssimo dos dois protagonistas João Perdro Zappa e Déborah Secco.

Gênero: Drama
Duração: 90 min.
Origem: Brasil
Direção: Carolina Jabor
Roteiro: Jorge Furtado, Pedro Furtado
Distribuidora: Imagem Filmes
Censura: 16 anos
Ano: 2013


Classificação PoA Geral
- Obra (10)
- Baita Filme (9)
X Bom Filme (7 a 8)
- Bem Bacana (6)
- Meia-boca (5)
- Ruim (3 a 4)
- Péssimo (0 a 2)


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