segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Filme de Segunda 165

RoboCop (2014)


Remakes sempre são delicados, geram discussão, controvérsia e um exercício de comparação inevitável. Não é diferente com o RoboCop de 2014, que marca o retorno do policial ciborgue Alex Murphy ao cinema depois de 27 anos do primeiro filme, dirigido por Paul Verhoeven. Aqui na refilmagem, particularmente, há um atrativo ao público brasileiro: se trata da estreia de José Padilha em Hollywood, o diretor dos consagrados Tropa de Elite 1 e 2.

Se é inevitável comparações, é possível adiantar que o filme deste ano apresenta características bem diferentes do original de 1987. Verhoeven colocou RobCop em uma espécie de sátira, num clima de thriller policial, evidentemente, mas sem se comprometer muito mais com o entretenimento. Padilha, de outro modo, deixa muito claro a linha de trabalho já utilizada em seus filmes nacionais. Um clima mais sério, com boas cenas de ação e muita discussão sobre ética e moral nos nichos de atuação de cada personagem.


A nova versão de RoboCop se passa em 2027, ano que Omnicorp coloca seus robôs e drones policiais à serviço dos EUA em missões de paz pelo mundo, como no oriente médio. A democracia e ordem que eles comemoram nos outros países, totalmente vigiada e militarizada pelas máquinas, por lei ainda não pode ser utilizada em solo americano. A discussão parte desse ponto, pois a Omnicorp ganharia bilhões ao ingressar  com sua polícia privada e robotizada em território nacional. Para isso, a corporação precisa mudar a opinião pública e convencer o senado a revogar uma lei que proíbe os robôs policiais nos EUA.

A saída para conseguir mudar a aceitação dos americanos é humanizar os robôs. É aí que surge Alex Murphy, um policial ético e competente, que sofre um atentado e fica entre a vida e a morte. É o protótico perfeito para a construção de um ciborgue que tenha emoções humanas. Dentro deste cenário, Padilha abre várias instâncias de discussão, o que é bom. Mas se aprofunda pouquíssimas vezes, o que é ruim.

Em RoboCop, a própria trajetória do protagonista, vivido pelo Joel Kinnaman, fica prejudicada pelo fato de outros personagens serem muitos bons. É o caso de Samuel L. Jackson e seu apresentador de TV reacionário, que defende a atuação Omnicorp. É o caso de Michael Keaton, CEO da companhia, muito bem construído. E Gary Oldman, que talvez faça o personagem mais interessante, que rouba a cena, o Dr. Dennett Norton, que é um tipo cientista maluco atrás de financiamento.

Embora não apresente novidade, nem marque de alguma forma sua geração, tal qual foi em 87, RoboCop de José Padilha cumpre seu papel de forma razoável como filme de ação policial, além de representar uma boa estreia do brasileiro no mercado internacional.

Gênero: Ação
Duração: 117 min.
Origem: EUA
Direção: José Padilha
Roteiro: James Vanderbilt, Joshua Zetumer, Nick Schenk
Distribuidora: Sony Pictures
Censura: 14 anos
Ano: 2013


Classificação PoA Geral
- Obra (10)
- Baita Filme (9)
- Bom Filme (7 a 8)
X Bem Bacana (6)
- Meia-boca (5)
- Ruim (3 a 4)
- Péssimo (0 a 2)

Nenhum comentário:

Postar um comentário