segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Filme de Segunda 163

Annabelle


Fiz o caminho inverso. Muito se fala, e se fala bem, de Invocação do Mal, terror bem sucedido de 2013, dirigido pelo competente James Wan. Filme baseado em fatos reais, que conta uma das passagens de Ed e Lorraine Warren, populares investigadores paranormais nos EUA, principalmente mas décadas de 60 e 70. Pois então, está em cartaz Annabelle, um spin-off  de baixo custo que tenta aproveitar o embalo de Invocação do Mal contando a origem da boneca macabra que aparece como coadjuvante no filme.

Na franquia, que já anuncia Invocação do Mal 2 para 2015, comecei por Annabelle, dirigido John R. Leonetti, homem de confiança de James Wan e seu diretor de fotografia no primeiro longa. Ao que tudo indica, e que pude perceber lendo as críticas de quem já assistiu aos dois, esse segundo fica devendo, sobretudo pela expectativa criada em torno da história da boneca amaldiçoada. Porém, de forma geral, o resultado é satisfatório. Longe de se tornar um épico do gênero, mas satisfatório.

A trama se passa nos anos 60, quando a população americana vive dias de medo com as notícias sobre assassinatos envolvendo um grupo liderado por Charles Manson. Annabelle Wallis (curioso, hein!) e Ward Horton formam o casal protagonista Mia e John. Apaixonados, estão prestes a ter o primeiro filho. Antes do parto, porém, eles sofrem um ataque frustrado, supostamente ligado a uma seita demoníaca. Na ocasião, uma moça chamada Annabelle, com uma das bonecas da coleção de Mia no colo, se mata no quarto do bebê.


Annabelle tem seus acertos. A ambientação de época é muito competente, apresentando uma direção de arte discreta, que cumpre seu papel sem exageros. Argumento principal do filme, a boneca em nenhum momento se assume ou aparece como um ser animado, agente direto de ações ou assassinatos. Pelo contrário, o diretor consegue criar uma tensão e um suspense apenas em volta da figura estática e estética da boneca. O terror é fruto sempre de espíritos ou entidades que se manifestam a partir do objeto. É uma boa sacada, deixando a história muito mais crível que, por exemplo, Brinquedo Assassino, em que o boneco Chucky empunhava uma faca e cometia assassinatos deliberadamente.

Porém, o terror de Annabelle não é mais que satisfatório por cair em clichês básicos do gênero. Aqui temos o clássico casal jovem, apaixonado, com um bebê recém nascido. Em vário momentos, a trilha apela para as musiquinhas de ninar emitidas pelos acessórios de berços infantis, assim como subir o som para auxiliar no susto ao espectador. Apesar de se desenrolar bem, o desfecho é previsível, e o conforto buscado na igreja e na figura do padre é outro lugar comum.

Gênero: Terror
Duração: 98 min.
Origem: EUA
Direção: John R. Leonetti
Roteiro:  Gary Dauberman
Distribuidora: Warner Bros
Censura: 14 anos
Ano: 2014
Classificação PoA Geral 
- Obra (10)
- Baita Filme (9)
- Bom Filme (7 a 8)
X Bem Bacana (6)
- Meia-boca (5)
- Ruim (3 a 4)
- Péssimo (0 a 2)

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