quarta-feira, 6 de agosto de 2014

O confronto de características do Gre-Nal 402

O Inter de Abel Braga tem uma vantagem valiosa sobre a equipe gremista do recém chegado Luiz Felipe Scolari: o colorado tem uma maneira de jogar, tem uma característica, uma identidade desde o início da temporada. Coisa que o Grêmio passa longe de ter. Embora possamos questionar a falta de velocidade do Internacional, é preciso reconhecer que a cadência e a qualidade técnica individual para trocar a bola no setor ofensivo é uma característica que tem levado o colorado a resultados razoavelmente satisfatórios: venceu o Campeonato Gaúcho, vem passando de fase na Copa do Brasil e é o terceiro colocado no BR-14, com a mesma pontuação que o vice-líder e quatro pontos atrás do Cruzeiro. Além, é claro, de ter vencido os dois clássicos do ano.

Com o retorno do chileno Aranguiz, o técnico Abel Braga não deve fugir muito do 4-2-3-1, com a opção de variar para o 4-1-4-1 . A dúvida ainda é: quem sai para a volta do chileno? Os meias Alex e Alan Patrick mais o volante Wellington são os mais cotados. Pouca coisa muda seja qualquer um deles a deixar a equipe. O posicionamento segue similar. Contudo, a volta de Aranguiz representa uma válvula de escape interessante, pois se trata de um jogador leve, com fôlego para entrar na área quantas vezes for preciso e ainda recompor o posicionamento na hora de defender. É um jogador que destoa do toque cadenciado e acelera a mecânica colorada.

Montagem PoA Geral. Fotos: Fernando Gomes e Felix Zucco/Agência RBS

Por outro lado, o Grêmio é uma incógnita. Apesar de um grupo de jogadores qualificado para disputar campeonatos nacionais, a montagem da equipe sofre muito pela falta de continuidade. Uma derrota qualquer no contexto tricolor tem pesado muito, obrigando diretoria e comissão técnica a cederem invariavelmente à pressão externa, protagonizando frequentes mudanças. O Grêmio não tem um rosto, não tem uma característica, se mostra uma equipe mutante, diferente a cada jogo.

É, sem dúvida, uma desvantagem que tem Felipão para o clássico. Qualquer escalação parte de uma desconfiança completa. O Grêmio de hoje precisa provar a todos que é bom time, e esse tipo de sentimento afeta o rendimento do grupo. O maior exemplo disso é desempenho do clube nos clássicos da última década, em que o tricolor geralmente perdia e tinha sérias dificuldade de vencer mesmo quando a qualidade entre Inter e Grêmio era equivalente.

O Gre-Nal 402 tem, como sempre, uma importância maior que apenas os três pontos. Não creio que uma derrota normal signifique algo de negativo na continuidade dos trabalhos de Abel e Felipão. O primeiro por já estar consolidado, e o segundo por estar iniciando uma jornada. Entretanto, uma vitória do Inter pode significar uma guinada interessante, enchendo o time de confiança na perseguição ao Cruzeiro. Enquanto no Grêmio, a vitória auxilia na remontagem da equipe, trazendo a simpatia da torcida novamente para junto ao grupo e respaldando uma escalação que finalmente poderá ganhar sequência. 

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