segunda-feira, 28 de abril de 2014

Filme de Segunda 147

Como Não Perder Essa Mulher


Vamos ser legais e compreensíveis. Joseph Gordon-Levitt, bom ator que é, teve uma estreia interessante como cineasta. Ele escreveu o roteiro, dirigiu e protagonizou Como Não Perder Essa Mulher, longa-metragem de 2012 que apenas hoje vem a ser objeto de análise deste blogue. E começo pelo título nacional - o que nada tem a ver com Gordon-Levitt-, que pouco diz sobre o filme. O original é Don Jon, inspirado no apelido do protagonista Johny, chamado de Don Juan por seus amigos. A escolha do título no Brasil foi, no mínimo, imprecisa.

Como Não Perder Essa Mulher é uma comédia romântica de boas intenções, o que não significa que o novato diretor tenha conseguido alcançar todos os seus objetivos. Na trama, o personagem de Gordon-Levitt é um jovem do subúrbio, de família ítalo-americana, que pessoalmente tem poucas preocupações na vida. Ele vai à academia, cuida do seu corpo, do seu carro, do seu pequeno apartamento, vai à balada todas as noites, sempre leva uma menina diferente pra casa e, claro, é viciado em pornografia. Em uma dessas noites de festa ele conhece Barbara (Scarlett Johansson), uma mulher que ele e seus amigos classificam como nota 10. Johny se apaixona e logo ingressa num improvável namoro, um relacionamento sufocante, que acaba exigindo do rapaz algumas mudanças na sua personalidade. Mais tarde, entra na história a madura Esther (Julianne Moore), que serve como uma espécie de conselheira do protagonista.

Contudo, o mais importante é como e através de quê a narrativa se desenvolve. O fator principal para isso é a relação que Don Jon tem com a pornografia. Para ele, a combinação de filmes eróticos e masturbação é melhor que o sexo de verdade, mesmo que não lhe falte mulheres. Johny é de uma geração que idealizou a relação sexual através do boom dos vídeos pornográficos na internet, onde as mulheres tem corpos esculturais, são despudoradas, aceitam qualquer coisa e os homens demoram meia hora para gozar. Ao assistir esse cenário 10 ou 15 vezes ao dia, o protagonista acha um tanto sem graça transar de verdade, à meia-luz do seu apartamento, passando longe de fazer as manobras que tanto o excita nos filmes.


Barbara não gosta de pornografia e proíbe Johny de assistir para que sigam namorando. A partir daí se estabelece o arco dramático que dará rumo à narrativa. Mesmo que o assunto pareça imbecil, tem um fundo crítico importante. Há em Como Não Perder Essa Mulher um retrato dessa geração de homens que aprendeu a fazer sexo olhando filmes na internet. Joseph Gordon-Levitt dosa de forma razoável o drama e a comédia, mas peca na montagem, fazendo um filme pouco ágil, repetitivo em alguns momentos e que não parece ter um desfecho que satisfaça o público.

Mas, volto a ressaltar, a intenção é boa. A crítica é pertinente e alcança um bom nível de significado. O mais novo cineasta do mercado sabe, contudo, que ainda pode fazer melhor e tem muito a aprender no comando atras das câmeras.

Gênero: Comédia
Duração: 90 min.
Origem: EUA
Direção: Joseph Gordon-Levitt
Roteiro: Joseph Gordon-Levitt
Distribuidora: Imagem Filmes
Censura: 16 anos
Ano: 2012


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