segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Filme de Segunda 132

Carrie - A Estranha


Remakes sempre são complicados. No mínimo, sempre causam certa desconfiança e geralmente frustram os fãs. Carrie - A Estranha passa por essa desconfiança. Mas o filme passa ileso? Não, embora seja um caso peculiar e tenha sim seus méritos.


O filme original é de 1976, dirigido por Brian De Palma. Sem dúvida, um clássico do terror. Sempre é difícil refilmar clássicos, mexer em dogmas, ativar a memória afetivas do público. A grosso modo, quase sempre se parte de um princípio (equivocado) que o antigo é melhor que o moderno - falo dentro do campo da criação artística. E realmente, como terror, o thriller de 76 supera o de 2013. Mas há ressalvas a serem feitas. A mais importante delas: antes do filme, havia o livro. Tudo é baseado no primeiro romance de suspense homônimo de Stephen King, lançado em 1974.

Portanto, a diretora da nova versão, Kimberly Peirce (do excelente Meninos não Choram, 1995), faz não uma remontagem do trabalho cinematográfico de Brian De Palma, mas sim coloca a sua visão da obra de Stephen King. Contudo, e ela sabe disso, as comparações são inevitáveis.

Carrie tem um apelo dramático impressionante. A tama teria basicamente o mesmo valor caso fosse trabalhada fora do campo do terror. A jovem Carrie está no último ano do colegial, muito tímida e introvertida, sobre com as brincadeiras de mau gosto dos colegas e com a forte doutrina religiosa da mãe, que enxerga a filha como fruto de um pecado. Carrie White descobre que tem poderes telecinéticos, e passa a ter o controle sobre suas habilidades incomuns.

Peirce traz com bom exito a trama para o século atual, trabalhando com a questão do cyberbullying principalmente. A escolha do elenco também favorece. Chloe Moretz é uma das boas notícias da nova geração, encarnando muito bem o papel de protagonista. Assim como a religiosa mãe de Carrie, vivida por Julianne Moore. O elenco secundário mantém o bom desempenho dos protagonistas.

Depois de compreender a dificuldade da diretora em filmar o que já foi filmado, elogiar o elenco e a contextualização da trama nos dias atuais, é o momento de destacar o que há de negativo. Carrie - A Estranha tem seu maior pecado no exagero. Em algumas das principais cenas, a menina com poderes telecinéticos mais parece um X-Man enfurecido. Apesar dos bons efeitos especiais, eles foram mal utilizados, passam ao espectador a sensação de distância com a história, pois se torna algo muito absurdo.

Como cinemão, de entrar na sala, comer uma pipoca, se divertir um pouco, a experiência é válida. Afinal, são apenas 100 minutos de filme. Caberia muito bem mais 20 minutos, para explorar um pouco mais a fundo o potencial dramático do argumento da trama, quem sabe até deixando de lado o objetivo de fazer terror. Mas é Hollywood, é quase padrão, é uma hora é meia de filme. E olhe lá. 

Gênero: Terror
Duração: 100 min.
Origem: EUA
Direção: Kimberly Peirce
Roteiro: Roberto Aguirre-Sacasa
Distribuidora: Sony Pictures
Censura: 16 anos
Ano: 2013

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