quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Aqui, despreparo. Em Campinas, racismo


Tenho convicção que um policial bem preparado, seria capaz de abordar o sujeito do vídeo acima, dando voz de prisão e o algemando, sem precisar disparar contra o homem. Ninguém comete uma chacina empunhando uma faca. Imagino que um profissional capacitado conseguiria desarmá-lo (arma branca) sem a necessidade de apontar um revolver o tempo inteiro.

A filmagem publicada no site do jornal Zero Hora, ontem, é de Lucas Silvestre Vargas. Segundo a testemunha, o homem parecia drogado e, sentado no chão do trem, ameaçava os passageiros com uma faca. O Policial Militar que aparece em ação esperava pelo transporte na estação e foi acionado pelos populares.

A sequência do vídeo não deixa claro se, de fato, houve uma investida contra o policial, o que constataria legítima defesa (mesmo interpretando ser possível uma abordagem mais exitosa, antes). Porém, o disparo acabou ferindo também Jorge Luis da Rosa Vidal, de 50 anos, na canela.

Ações precipitadas como esta são comuns. Às vezes nem são precipitadas, mas sim premeditadas. Pelo Brasil, não raro vemos notícias de suspeitos que acabam sendo executados em vielas das mais diversas periferias. Algumas abordagens são desastrosas devido pura incompetência, outras são simplesmente uma limpeza étnica-social.

Pois hoje que me deparo com uma notícia do Sul21, que trás o seguinte título: Em busca de suspeitos, PM de SP orienta abordagem preferencial a ‘negros e pardos’.

Em Campinas, policiais de um bairro nobre receberam a ordem de agirem com rigor caso se deparem com jovens de 18 a 25 anos, que estejam em grupos de três a cinco pessoas e tenham a pele escura. Ou seja, um grupo com três ou cinco pessoas de 18 a 25 anos, brancos, não despertariam qualquer suspeita.

Se isso não é racismo declarado (pois velado é, sem dúvida), é a uma ordem oficial burra e inconsequente. Um atentado contra a imagem da própria instituição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário