quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Crônica da crise anunciada

Fernando Gomes/Agência RBS
A entrevista de Fernandão, no final da manhã de ontem, após o anuncio de sua demissão do cargo de treinador do Internacional, não chegou a ser bombástica. Foi sintomática. E não foi bombástica porque se sabia de tudo aquilo que foi dito, inclusive o quew ficou nas entrelinhas. E sintomática porque parece que o Clube, como instituição, chegou ao seu limite de tolerância. O vice de futebol Luciano Davi falou, o Presidente Giovani Luigi falou. O Inter prepara mudanças para 2013. Por enquanto, tudo o que se viu já era esperado.

Fica difícil avaliar o trabalho de Fernandão como treinador. Não sabemos até que ponto suas decisões técnicas e táticas surtiram efeito, fracassaram ou foram simplesmente boicotadas. Pelo seu histórico como jogador, pelo que se conhece de sua personalidade e de seu perfil profissional, Fernandão tem todas as ferramentas para se tornar um técnico competente. Mas dessa vez, não deu.

Foi uma sucessão de erros. A quantidade de vezes que o Inter trocou de técnico não é compatível com a qualidade do elenco colorado. Aparentemente não há motivo para que não se consiga desenvolver um trabalho por mais de uma temporada. Todas sabemos que às vezes as aparências enganam. Há dois anos a diretoria vem se enganando.

O próprio Fernandão, que trabalhou como diretor executivo do clube por um ano, antes de assumir o comando técnico, sabia do perfil do grupo de jogadores colorados. Ele ajudou a montar esse elenco. Estava ciente dos problemas de vestiário e assumiu o risco - assim como o Inter - de aceitar o cargo de treinador, sem nunca ter outra experiência sequer.

Já falei aqui em algum outro post, ninguém treina esse time do Inter. É emergencial uma renovação de nomes e a montagem de um novo grupo de trabalho. Se possível, evitando atuar num Beira-Rio que é mais um canteiro de obras que um estádio de futebol. O clima não ajuda, não é imponente, a torcida não inflama e fica distante do campo.

O Inter precisa, urgentemente, de 2013. Não pode mais cometer o equivoco de Fernandão: ser amigo de quem não merece.

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