Falta Equilíbrio

Os últimos resultados ruins do Grêmio passam por um questão importante: equilíbrio. Se o time ataca, defende com dificuldades; quando bloqueia com sucesso as investidas adversárias, não tem força para atacar. O 3 a 3 contra o Sport dentro do Olímpico é o maior exemplo dessa situação. O Grêmio atacou, como sempre faz em seus domínios, mas também foi atacado, como poucos fizeram nesse campeonato - os que ousaram, arrancaram  pelo menos um empate dentro do Olímpico.

No empate de 0 a 0 na Arena da Baixada, entre Grêmio e Atlético-PR, o confronto pareceu mais um jogo de compadres: ninguém ataca ninguém. Foi um jogo chato de assistir, em poucos momentos os goleiros foram acionados. A equipe de Antônio Lopes apostou na maior parte do tempo em contra-ataques, apostando em lançamentos de Paulo Baier e na velocidade do ala Márcio Araujo. O Grêmio, desde o início, se impôs, teve posse de bola, porém, não transformou sua superioridade em oportunidades de gol.

Autuori optou  por escalar Túlio, deixando Adilson no banco. Ou seja, o Grêmio jogou com um primeiro volante de origem, que conhece a posição. A manobra do treinador deu mais consistência defensiva à equipe. Se por um lado o Grêmio perdeu a imposição e o fôlego de Adilson, segundo volante de origem, os zagueiros não sofreram mais com buracos na frente da área deixados pelo falta de sincronia da antiga dupla de volantes. Hoje as funções ficaram muito claras e, lá atrás, funcionaram.

O Atlético melhorou na metade do segundo tempo, quando Paulo Baier foi recuado e, assim, livrando-se da marcação de Túlio. Apesar da sensível melhora, foi pouco. Dentro de campo, o toque de qualidade dos paranaense, que vem de Baier, ficou longe da zona onde ofereceria risco ao Grêmio.

O equilíbrio de um time começa de trás pra frente. Primeiro se corrige o sistema defensivo, a partir daí, ajusta-se para que do meio pra frente a equipe seja efetiva. Me parece que hoje Autuori definiu: Adilson e Rochemback disputam posição, Túlio é quem protege os zagueiros.