Treinar deve cansar mais que jogar. Quinta-feira o Goiás jogou pela Sul-Americana, fora de casa, poupou apenas 3 ou 4 jogadores, e voou contra o time de Paulo Autuori nesse Domingo. O Grêmio treinou segunda, terça, quarta, quinta, sexta e sábado. Provavelmente esqueceu de descansar. Para muitos, essa é a unica explicação para o segundo tempo de futebol desligado do Tricolor.
Da minha parte, ironia. A vitória do Goiás de 2 a 1 e a maneira como o time goiano jogou serve para derrubar essa bobagem de preservar jogador quando há duas competições paralelas. Em vários momentos do campeonato Brasileiro as equipes jogam duas vezes por semana e não poupam ninguém, isso só ocorre com a pobre da Sul-Americana.
Mas o fato é que o Goiás jogou mais, principalmente no segundo tempo. A primeira etapa foi um jogo de iguais, inclusive com o Grêmio saindo na frente. Comandado por Souza, o Tricolor jogou bom futebol, mas se mostrou muito frágil no lado direito de sua defesa, por onde era atacado pelo ala Julio Cesar. A proteção daquele lado foi mal feita durante o jogo inteiro, situação agravada pela péssima atuação do zagueiro/lateral Thiego. Os dois gols do Goiás saíram por aquele setor, um no primeiro tempo, outro no segundo.
O mérito do Goiás é conseguir fazer seus alas jogarem e, o mais importante, inverterem bola dum pro outro. Essa inversão de bola desmonta a marcação, e isso aconteceu com muita frequência no jogo. O movimento dos dois atacantes também contribui para dificultar a marcação adversária: Iarley sai da posição de centro-avante e aparece como opção pelos flancos, enquanto Fernandão se desloca da posição de articulador e vira homem de referência entre os zagueiros. O meio-campo de Autuori sucumbiu à movimentação Esmeraldina.
O Grêmio também perdeu no duelo dos treinadores. Autuori demorou para mexer, e suas opções nada acrescentaram. Hélio dos Anjos, se aproveitando do surpreendente e aparente cansaço gremista, deu-se ao luxo de tirar um dos volantes e posicionar sua equipe de maneira mais ofensiva. Levou o prêmio dos 3 pontos.
A situação momentânea do campeonato põe o bom time do Goiás na disputa pelo título, como adverásio mais próximo do líder Palmeiras. O inconstante Grêmio segue a luta pelo G4, com chances cada vez mais remotas de entrar na disputa pela taça. É o que o momento nos diz, daqui a duas rodadas pode estar tudo diferente.
A questão de poupar jogadores é mais psicológica do que física. Se o time conseguir separar as 2 competições na cabeça, pode se dar bem nas duas.
ResponderExcluirExatemnte... mas os clubes parecem que não gostam de admitir isso
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